terça-feira, 25 de maio de 2010

Acordei com a claridade batendo na janela, sempre a mesma luz, o brilho intenso. E eu ainda zonza de sono me dirijo ao banheiro; fico com preguiça de lavar o rosto com essa agua tão gelada. Me olho uma, duas vezes no espelho e não vejo nada. Pego meus óculos velhos, ligo a tv no jornal da manhã e vejo os desastres do mundo. Como meu sucrilhos incessantemente, meu rosto se lambuza de açúcar e me enlaço nas pequenas almofadas do sofá. O tempo passa.
Tiro as meias surradas, sinto o chão frio, e vou até o quintal olhar o céu acinzentado; feio, estranho, tranquilo. Meu cachorro bate suas patas em meu peito e lambe meu rosto; xingo em pensamento por toda aquela sujeira, mas vejo aqueles olhos sorridentes e não escapo dessa ternura. Logo o outro chora de ciúmes, e eu me desdobro em duas para lhes dar um simples carinho. É tão simples e verdadeiro, é admirável.
Ouço o barulho dos carros, vozes estranhas na rua e eu me escondo novamente em casa. Penso em ligar para algum amigo, mas sei que todos estarão dormindo, perdidos em sonhos doces ou pesadelos verdadeiros de suas próprias mentes.
Me recuso a tirar o pijama, ajeitar o cabelo, organizar minha vida. Ligo a tv, canso. Desligo.
Ligo o rádio, ondas me atingem trazendo lembranças, pessoas, lugares, pensamentos.

Desligo-me.

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