domingo, 29 de agosto de 2010

E mais uma vez elas floresceram..

Eu moro em cidade pequena, sem atrativo algum. Passo pelas mesmas ruas, encontro as mesmas pessoas e sabendo disso já saio de casa com aquele meio sorriso no rosto; tenho preguiça de dizer "Olá, tudo bem?", então é mais fácil balançar a cabeça e apenas sorrir.
E foi em um dia comum, seguindo a minha eterna rotina, que eu de repente abri os olhos e me deparei com uma beleza tão intensa e significativa que foi impossivel não absorve-la e pensar sobre ela.
Acordo todo dia as 6 hrs, vou pra escola, volto, almoço e vou trabalhar. Chego, troco de roupa e vou pro cursinho, chego em casa, me jogo na cama e acordo no outro dia, com o despertador, novamente as 6 hrs.E foi nessa correria que eu não vi como o tempo passou e a primavera já está logo ai..
Eu estava com meus fones de ouvido, pensando em como esse ano está sendo estressante, e fechei os olhos, tentando respirar fundo, suprimindo o choro na garganta. Quando abri, fiquei perplexa com tanta beleza: uma mistura de tonalidades: violeta, rosa, pink... todas contrastando com o azul do céu. Um manto de folhas se fez sob o asfalto e o vento suave trazia todo o calor da estação. Me deu uma vontade enorme de chorar. Chorar por estar andando com a cabeça tão baixa a ponto de não perceber como a vida é simples, de não ter tempo de sentar na rua e ficar contando estrelas. Senti saudade da minha essência e ali, no meio da rua, eu rezei.. Pedi à Deus pra que Ele não me deixasse embrutecer, para que quando eu estivesse perdida Ele novamente abrisse meus olhos. Mas acima de tudo, eu agradeci por estar exatamente naquele lugar, por ter a oportunidade de ver toda aquela beleza e me renovar, deixar surgir uma nova estação dentro de mim.

A privamera está chegando..
A MINHA primavera está chegando.. Me perguntam o que quero ganhar, e eu sempre fujo do assunto. Ainda não entenderam que presentes não sustentam minha alma, sentimentos sim!

sábado, 14 de agosto de 2010

posso dormir aqui ?

Medo... de nada dar certo, tudo ser em vão. Medo da frustação, da decepção; talvez não a própria mas sim à daquela pessoa que mais acredita em você.
Se me dessem um poder eu simplesmente ia parar o tempo, deixar tudo assim como está. As mudanças se tornam inevitavéis e depois de tanto tempo fugindo elas me alcançaram, e agora eu estou aqui, pela primeira vez sintindo-me perdida. Não resiti a tanta pressão e chorei, sem vergonha alguma de dizer que tenho medo.
Eu tento absover tudo, mas a sensação de impotência é tão grande que me derruba e junto comigo se vão todo os sonhos e planos. E o mais engraçado, é que quando você espera um ombro amigo ou uma mão pra te ajudar, você percebe que todos estão ocupados em seus dramas particulares; ou simplesmente não podem te iludir dizendo que tudo vai ficar bem.
E era só isso que eu queria escutar...
Mas em resposta tive: " Se acostume a vida é assim mesmo."
Ora, seria hipocrisia demais se eu dissesse que não preciso de mais ninguém pra me ajudar a ver o mundo real ? Meus olhos já estão se acostumando com essa intensa e dolorida claridade,
Eu só queria alguém que me tirasse do chão, tivesse um colo reconfortante e entre um soluço e outro, citasse uma frase de otimismo.

Isso tudo não é carência, é apenas insegurança ... Medo.

"Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar

Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar

Eu estou na lanterna dos afogados
Eu estou te esperando
Vê se não vai demorar"

Lanterna dos afogados - Paralamas do Sucesso